Pandemia impulsiona transformação digital no varejo

Entre tantas questões, a pandemia do coronavírus ficou marcada pela aceleração da era digital. As medidas de isolamento social, que tiveram início há cerca de um ano, transformaram relações de trabalho e consumo. Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira do Varejo e Consumo (SBVC) indica que, neste ano, o crescimento de varejistas que apostam na transformação digital dentro das empresas foi de 21%.

O estudo foi feito entre fevereiro e março de 2021 com os maiores players do mercado, de 10 segmentos diferentes, indo desde moda e foodservice até lojas de departamento e de materiais de construção. Além disso, as companhias analisadas contam com faturamentos diversos, ultrapassando os R$ 100 milhões; 90% delas trabalham com o e-commerce – entre 2010 e 2015, a porcentagem das que possuíam o serviço era de apenas 26%. Já de 2015 para 2020, o número subiu para 53%.

Desde o ano passado, os varejistas vêm tendo que lidar com a ascensão da tecnologia nas operações. Em 2020, 42% dos entrevistados acreditavam que a transformação digital é prioridade na empresa, fazendo parte do desenvolvimento de planos estratégicos, com investimentos e ações definidas. Já neste ano, o índice subiu 15 pontos percentuais, chegando a 57%. 

A preocupação acerca do tema pode ser vista nos investimentos. Em relação aos anos anteriores – em que 69% voltavam parte do capital para o assunto -, 90% dos analisados investem em soluções digitais. O maior reflexo em relação à pandemia é a implementação das vendas online. Entre as soluções utilizadas, omnichannel e e-commerce lideram o direcionamento para os investimentos, com 35% e 18%, respectivamente. Em relação ao faturamento bruto, os varejistas investem em média 0,73% em transformações digitais – contra 0,39% em 2020.

O atendimento ao consumidor também foi objeto de estudo. As ferramentas utilizadas para atender clientes se concentram em soluções em meios de pagamento (94%), análises de dados no ambiente online (77%) e uso de QR codes (71%). O estudo revela também que a inteligência artificial ainda é pouco utilizada, mas que será uma estratégia para os próximos 12 meses.

Benefícios

Entre as vantagens apontadas pela implementação de tecnologias, as mais frequentes são o aumento do faturamento em vendas (74%) e do engajamento do consumidor em canais digitais (62%). Ainda que sejam significativos, o boom destes benefícios foi mais observado pelos entrevistados em 2020, quando as porcentagens atingiram 92% e 80% para cada item descrito. As respostas acerca dos pontos positivos também envolvem a redução de custos e aumento de market share e do volume de tráfego web e mobile. 

Tais benefícios direcionam para uma maior vantagem competitiva em relação à transformação digital. 57% afirmam que  os investimentos contribuíram “muito” para a empresa. Além disso, perceberam uma melhora da experiência do consumidor: 63% responderam que o indicador melhorou “muito”.

A cultura digital também está cada vez mais arraigada entre líderes e funcionários. Durante o período analisado, 85% dos varejistas têm colaboradores em estilo home office, um aumento de 23 pontos quando comparado ao ano passado. Para os próximos 12 meses, 29% afirmaram que irão incentivar o trabalho remoto.

O investimento em treinamentos e para a utilização de novas tecnologias adquiridas pela empresa subiu 11 pontos percentuais, resultando em 91%. Quase 100% declararam utilizar ferramentas digitais para realização de reuniões ou conferências, enquanto 93% não utilizam programas governamentais relacionados ao tema do estudo. 

O setor encara 2021 como um ano positivo. Até a próxima análise, em 2022, 41% apontam que aumentará o quadro de funcionários e 49% diz que continuará o mesmo. Apenas 10% declaram haver redução. Há também a intensificação da relação gestor-funcionário, deixando a hierarquia de lado e priorizando a integração. 97% dos varejistas acreditam que líderes são co-criadores, e trabalham em parceria com seus funcionários, contra 88% do último registro.   

“Faremos cinco anos em cinco meses, porque questões culturais que impediam a transformação das empresas caíram por terra nesta crise. As empresas estão precisando ser muito ágeis, trabalhar em squads, times horizontais, atuar remotamente e usar tecnologia para vencer os desafios e continuar operando”, afirma Eduardo Terra, Presidente da SBVC.

Fonte: Meio & Mensagem

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